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Estudo busca aprimorar vacina contra febre amarela

Editado em 11/04/2016 | 15:04

Reconhecida pela sua eficácia, a vacina contra a febre amarela é produzida com a mesma tecnologia desde 1937: vírus atenuados são inoculados em embriões de galinha e, após se multiplicarem, são usados no imunizante. O processo de replicação viral permaneceu uma incógnita durante décadas. Foi investigando essa etapa que um grupo liderado por cientistas do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) descobriu informações que podem ajudar a aprimorar o imunizante no futuro. Em um estudo publicado na revista científica internacional 'Plos Neglected Tropical Diseases', http://journals.plos.org/plosntds/article?id=10.1371/journal.pntd.0004064, os pesquisadores descrevem, pela primeira vez, quais tecidos e células dos embriões de galinha são responsáveis pela replicação do vírus. As descobertas podem contribuir para o aperfeiçoamento do método de fabricação da vacina, o que poderia substituir o uso de embriões de galinha por um sistema de cultura de células. Desta forma, a imunização poderia deixar de ser contraindicada para as pessoas com alergia grave a proteínas de ovo. Além disso, a mudança também representaria um avanço ético no que se refere ao uso de animais, na medida em que permitiria reduzir o emprego de embriões de galinha no processo de fabricação do imunizante.

Primeiro autor do artigo, o biólogo Pedro Paulo de Abreu Manso, do Laboratório de Patologia do IOC, diz que os resultados são surpreendentes. “Em pacientes, o fígado é um dos principais órgãos acometidos nos casos de febre amarela grave. No entanto, nos embriões de galinha, este órgão não é afetado. Por outro lado, neste trabalho observamos que os vírus são produzidos principalmente nas células musculares esqueléticas, o que nunca tinha sido mostrado antes”, comenta o pesquisador. Na medida em que identifica os tecidos responsáveis pela replicação das partículas virais nos embriões de galinha, o artigo aponta um possível caminho para a produção da vacina em cultura de células. Segundo os cientistas, tentativas anteriores neste sentido não obtiveram sucesso na produção do imunizante. “Ainda são necessários muitos testes, mas utilizar células musculares, que são as principais células envolvidas na produção do vírus in vivo, pode aumentar as chances de sucesso na produção da vacina em sistema de cultura”, avalia Pedro Paulo.

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